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Porquê mulheres são mais propensas a sofrerem de burnout

O burnout é um tema que está recebendo muita atenção ultimamente, seja por conta das consequências da pandemia do covid ou mesmo em busca de uma melhor qualidade de vida.
Em 2022, a OMS classificou o burnout como uma síndrome relacionada ao ambiente de trabalho, sendo mulheres a que mais sofrem com a síndrome (43%) em comparação com o homem (35%). Mas porquê isso acontece?

Uma questão social
Em uma perspectiva social, as mulheres desempenham vários papéis: esposa, mãe, funcionária, responsável por tarefas domésticas, etc. Inclusive, de acordo com pesquisa desenvolvida pela KFF em 2020, foi revelado que mulheres que são mães são mais propensas a relatar sintomas de ansiedade e depressão em comparação com homens com filhos (49% x 40%).
Com tantas responsabilidades, o tempo para lazer, para cuidar de si e de sua saúde fica muitas vezes comprometido. De acordo com pesquisas, muita mulher não tem tempo para ter uma vida social de qualidade o que compromete o tempo de descanso, necessário para recarregar suas energias para poder se dedicar as suas tarefas diárias. Mais do que isso, muitas mulheres ainda se cobram para dar conta de tudo.

Uma questão psicológica
Além de todos os papéis sociais que as mulheres desempenham (e muitas vezes precisam desempenhar para poderem sobreviver), muitas se cobram para poder dar conta de tudo e atingir um perfeccionismo que são tão cobradas.
Para completar, nossa sociedade é estruturada baseado no hormônio da dopamina: fazer, fazer e fazer, o que é bem perceptível no ambiente de trabalho. Porém, para mulheres, o regulador neurológico (aquele que as guia) não é dopamina, mas sim ocitocina, o hormônio do amor. Para mulher operar neurologicamente no seu melhor, ela tem que ter níveis saudáveis de ocitocina em seu corpo.


Uma questão biológica
Por fim, os motivos pelos quais mulheres são mais propensas a sofrerem de burnout ainda está relacionado ao seu ritmo biológico. De acordo com as pesquisas científicas da Drª. Kayla Osterhoff, A biologia feminina é cíclica por conta da influência do seu período menstrual e os hormônios que são produzidos pelo ovário: estrogênio e progesterona. Em um mês, mulheres passam por 04 diferentes ciclos:

1) Fase menstrual: onde o estrogênio e progesterona se encontram em seu nível mais baixo, onde o corpo possui baixo nível de energia para realizar as tarefas do dia-a-dia. Porém, neurologicamente, é nessa fase onde o campo ligado a intuição é intensificado.

2) Fase folicular: Marcada pelo pico na produção de estrogênio. Nessa fase há um aumento do nosso nível de energia e na criação de estamina relacionado com poder e força. Neurologicamente, a inteligência emocional é aumentada assim como a habilidade para tomada de ações estratégicas.

3) Fase ovulatória: Há um pico de estrogênio + hormônio luteinizante + hormônio folículo estimulante. Nessa fase, os níveis de energia estão no seu mais alto nível e se sentem mais confiantes e focadas. Também se sentem melhores consigo mesmo pois os chamados hormônios da felicidade também são impulsionados.

4) Fase lútea: De duração de quase 02 semanas, há um pico na produção de progesterona fazendo com que a capacidade de aprender seja aumentada. Neurologicamente, há um estímulo para criação de novas conexões neurais. Estrategicamente, esse é um ótimo período para mudar algum comportamento que não lhe faz bem.

O que vemos hoje é que o mercado de trabalho é moldado para atender as necessidades físicas masculinas: o ritmo biológico masculino é guiado pelo cortisol, o hormônio do estresse e melatonina, o hormônio do sono sem grandes mudanças desse quadro em um dia ou mês.
Levando em consideração o ritmo biológico e psicológico feminino, mulheres são programadas para pensarem no coletivo. Ou seja, terem sempre em consideração como suas ações impactam outros. Essa característica confere uma habilidade única para liderança.
É fundamental entender todas as razões que fazem a mulher a principal vítima da síndrome do burnout para que empresas e seus ambientes de trabalho possam se adaptar a uma realidade cada vez mais comum: flexibilidade e redução de horas trabalhadas visando na produtividade para continuarem dando a oportunidade de a mulher poder entregar o melhor que ela pode, respeitando o seu ciclo natural, social e psicológico.

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